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Dia 5 de Junho de 2011 - Eleições Legislativas
Sócrates, o PM que levou Portugal à bancarrota e o Povo à miséria...!
Não se esqueçam deste pormenor...!
Andamos a votar nos mesmos à anos! Finalmente percebi que a culpa da crise
É DO POVO PORTUGUÊS!

“Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte, o país está perdido!”
Eça de Queiroz, 1872

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas..."
Guerra Junqueiro, 1886

terça-feira, abril 05, 2011

Um País de eleição

Portugal está de novo em eleições. São mais dois meses de propaganda política e de contorcionismo. Mas não só: de agressão. Chegaremos ao Verão a lamber as feridas.

O pedido de ajuda ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira, uma construção da União Europeia com o FMI (que foi incluído por pressão da Alemanha aquando do resgate improvisado à Grécia), passou a estar no centro do debate. Esperemos que esse estigma passe rapidamente. De outra forma, arriscamo-nos a fazer das eleições um plebiscito sobre quem foi o culpado desta crise política em vez de decidir quem nos vai gerir na crise de financiamento - e tirar deste estado medieval de crise económica permanente.

O calendário das nossas dificuldades tem muito meses pela frente. Não é apenas a aflição deste momento. Como mostra a manchete de hoje do Negócios, a catadupa recente de empréstimos de curto prazo, feita a quaisquer condições, está a substituir empréstimos de longo prazo, o que cria um pressão financeira constante: o primeiro semestre de 2012 será seguramente infernal para o Instituto de Gestão de Tesouraria e do Crédito Público.

O próximo Governo, seja ele qual for, terá trabalhos hercúleos que deveriam estar no centro desta campanha eleitoral. Não basta não vender sonhos aos portugueses, como pediu, e pediu bem, o Presidente da República. É preciso explicar como se resolvem os pesadelos: a falta de financiamento deste momento; a austeridade que isso vai implicar, e que há-de resultar noutro PEC e provavelmente num Orçamento do Estado rectificativo; que política económica será necessária e que política social será possível; que entendimentos políticos internos são necessários, que sujeição política externa isso implicará.

Se tudo correr bem, o próximo Governo e as suas muletas externas debulharão o terreno para, no final do mandato, o País estar preparado para voltar a andar pelo próprio pé. Serão vários anos até lá (três a cinco, prevê Vítor Bento), durante os quais estaremos sobretudo a pagar dívidas e a baixar nível de vida. E deveria ser nisto que a próxima campanha eleitoral (que não oficialmente já começou) deveria estar centrada. Não sobre a interpretação do passado, mas sobre as possibilidades de futuro.

Este fim-de-semana serviu para confirmar que a campanha não vai ser nada disto, vai ser uma guerra sem quartel. O PS, desabrido, faz de oposição à oposição usando a ideologia para fugir à derrota; o PSD, triunfalista, aponta os erros do Governo e tenta provar que tem estofo para merecer a vitória. E o Presidente da República, mesmo que não o queira, vai estar no centro de debates. E de ataques.

As últimas eleições legislativas foram suficientemente recentes para nos lembrarmos do logro. Venderam-nos a imagem de um País em versão plastificada, deram-se aumentos salariais e distribuíram-se subsídios sem pudor. Hoje isso não é tolerável. Mas tem de sobrar mais do que o ataque e a destruição dos adversários políticos.

Os partidos são máquinas feitas para ganhar eleições, a governação vem depois. E os políticos concordam com Álvaro de Campos, quando ele escreve na "Tabacaria" que "o mundo é para quem nasce para o conquistar!/ E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão." Destas eleições, o que Portugal precisa de ganhar é razão.

In Negócios online
04 Abril2011 | 11:53
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt
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