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Dia 5 de Junho de 2011 - Eleições Legislativas
Sócrates, o PM que levou Portugal à bancarrota e o Povo à miséria...!
Não se esqueçam deste pormenor...!
Andamos a votar nos mesmos à anos! Finalmente percebi que a culpa da crise
É DO POVO PORTUGUÊS!

“Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte, o país está perdido!”
Eça de Queiroz, 1872

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas..."
Guerra Junqueiro, 1886

quinta-feira, abril 07, 2011

De Salazar a Sócrates

Estado das Coisas

Vivemos a mesma vida desde há mais de 100 anos. Nada mudou na nossa natureza, enquanto povo, e na nossa organização económica. A forma como pensamos o papel e o funcionamento do Estado, como concebemos o trabalho, os deveres e as obrigações e como nos organizamos social e economicamente diz muito do que somos e explica, em grande medida, o momento que estamos a viver.

Temos vivido com os mesmos vícios, os mesmos gastos, as mesmas despesas e as mesmas vaidades. Queremos viver e ser um País rico, quando somos pobres e quando mal produzimos o que comemos. Uma sociedade fraca e que reclama só direitos e regalias, com uma economia débil e que não produz, algum dia tinha que rebentar. Nunca tivemos um Estado forte, disciplinado e responsável. Nunca tivemos uma economia e uma organização social e política capaz e respeitada.

Enquanto houve o "pote de dinheiro", gastou-se, sem limites e sem regras. Nunca tivemos lideranças políticas que fossem competentes e um exemplo de virtudes, nem um povo trabalhador que olhasse mais para o colectivo do que para o individual. O hedonismo é a sua marca indelével. Nunca tivemos uma cultura e uma mentalidade que pusesse em primeiro lugar, o interesse nacional. Nunca tivemos estruturas sindicais que apelassem para os desígnios nacionais.

Como são possíveis, em plena crise e numa situação de pré-bancarrota, greves nos sectores dos transportes, com empresas públicas deste sector com milhares de euros de prejuízo ? Nunca nenhum gestor público foi responsabilizado por gestão ruinosa, apesar de ganharem fortunas por mês. Vejam o escândalo que se está a passar com o Metro do Porto. Se somos assim, o resultado só podia ser este. Somos uma sociedade com uma carga de interesses corporativos que ultrapassa o razoável, impeditiva, por vezes, do desenvolvimento.

Estado pobre e sem alicerces, com uma sociedade civil colonizada e socio-dependente e com líderes sem prestígio e sem qualidade só podia dar nisto. E, agora, começa a dança irresponsável de ninguém querer recorrer à ajuda financeira externa. Mais uma vez os interesses políticos e partidários a sobreporem-se ao interesse nacional. Nem para salvarem o País este senhores conseguem estar de acordo, apesar de terem consciência do mal que fizeram. De Cavaco a Sócrates, do PS ao PSD, ninguém escapa ao julgamento e a um veredicto de culpabilidade.

A saúde não funciona (ontem estive no Hospital de Santa Maria, com um irmão nas urgências, entrámos às 8h da noite e saímos às 3h da manhã). O ensino está no caos, perdeu qualidade, está sem orientação e à deriva. A justiça é injusta, morosa e desrespeitada. Já poucos acreditam na sua imparcialidade e isenção. A crise de confiança que existe entre nós e nas instituições é mais grave do que a falta de dinheiro. Dinheiro pede-se emprestado. A confiança ninguém empresta. Ou mudamos de vida ou morremos. Nem os quase 900 anos de história nos salvam. Tínhamos a obrigação de sermos melhores.

In Correio da Manhã online
07/04/2011
Por:Rui Rangel, Juiz Desembargador
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1 comentário:

  1. Este era um daqueles Homens em quem votaria se concorresse à eleições legislativas ou à Presidência da República!

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