A "democracia" em Portugal, não é igual para todos. Uns, fazem a "democracia" à sua maneira, ao seu geito e da forma que mais lhes convém; outros, pensam que são "democratas" e não passam de escumalha social-fascista; outros ainda, intitulam-se acérrimos defensores da "democracia" e são uns acéfalos neoliberais de primeira linha!
Mas afinal o que é, para toda esta gentalha, a Democracia? Nada de importante! Foi uma "coisa" que surgiu ligada ao golpe militar de 25'Abr'74 e pairou por aí, ao sabor dos ventos, dos partidos e das pessoas, até ao dia de hoje!
Hoje em dia, quem não gosta da opinião do vizinho, do colega, do opinador de fórum, online, chat's ou outros meios, é fascista, piolhoso, contra-revolucionário e o diabo a sete! Pois... o próprio é que é o verdadeiro "democrata"! Emite opiniões - que, pela sua perspectiva, são exclusivamente "democratas", verdadeiras e únicas - e arma-se em arauto da verdade única e absoluta!
Este preâmbulo tem a ver com a CENSURA que existia no tempo do ditador Salazar, ou seja, antes do golpe militar de 25'Abr'74, em ordem a tudo o que era comunicação social da altura: rádios, TV, jornais, revistas, publicações, etc.. E, principalmente os jornalistas, eram os mais acérrimos críticos e opositores dessa CENSURA ou do chamado LÁPIS AZUL DA CENSURA, em que a PIDE controlava as publicações nesses órgãos de comunicação social.
Passados que foram quase TRINTA E SETE ANOS da data desse golpe militar que trouxe a "democracia" a Portugal e enterrou a ditadura Salazarista, ainda existe gente que não perdeu o gosto pelo LÁPIS AZUL DA CENSURA dos bons velhos tempos.
Jornalistas que foram impedidos de verem publicados os seus artigos, não é um ACTO DE PURA CENSURA? Comentadores de jornais online que emitem a sua opinião sobre os artigos inseridos pelos jornalistas e vêm os seus textos não serem publicados, não é um ACTO DE PURA CENSURA?
Mas para referir um caso ainda não muito distante do jornalista Mário Crespo que deixou o Jornal de Notícias por lhe ter sido negada a publicação de uma sua crónica - em desabono do inginheiro de maus fígados que não admite críticas (e lida muito mal com elas) contra a sua excelsa pessoa -, tocou agora a vez a outro jornalista, desta feita o editor de política do Diário de Notícias, executada pelo seu director, João Marcelino.
Mas aqui fica a notícia, publicada no jornal online Destak sobre este assunto:
Litígio com o director
Censura no DN motiva demissão de editor de política
O caso é simples de contar: David Dinis, editor de Política do Diário de Notícias, demitiu-se do cargo em Janeiro depois de o director do diário, João Marcelino, ter impedido a publicação de uma notícia.
Em causa está um artigo sobre o facto da operadora de telecomunicações TMN ter destruído parte dos dados de tráfego telefónico de Armando Vara (ex-vice-presidente do BCP), de Rui Pedro Soares (ex-administrador da PT) e de Paulo Penedos (ex-assessor da PT), no âmbito do processo Face Oculta.
A notícia acabou por ser publicada, mas nos concorrentes Correio da Manhã e Sol.
Contactado pelo Público, David Dinis confirmou que já não ocupa o cargo de editor, mas recusou revelar o motivo. Já João Marcelino, director do diário e Nuno Saraiva, sub-director, recusaram comentar o caso, chegando Marcelino a desligar o telefone a meio da conversa.
Recorde-se que a manipulação dos meios de comunicação social foi amplamente discutida após a divulgação de escutas telefónicas do caso Face Oculta.
Nessa altura, o semanário Sol revelava uma conversa entre Rui Pedro Soares e Paulo Penedos na qual Pedro Soares afirmava que Paulo Baldaia iria «ser muito importante porque o João Marcelino é amigo do gajo, temos a Lusomundo tratado [DN/JN/TSF]».
E ainda existem canalhas que têm a lata de afirmar que Portugal é um Estado de Direito e um país "livre" e "democrático"...
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